segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Ninguém me conhece

Tenho em mim todos os sentimentos do mundo. Não estão presos, tampouco soltos. Não estão classificados, nem separados. Alguns não deviam sair, outros deveriam.
Não sou eu que os tenho, cada um ou todos, me possuem em determinado momento e me soltam quando não os proporciono matéria para que sigam. Meus sentimentos são criados e crescem.

De muitos me orgulho, a maioria escondo porque é necessário, por mim, brincavam na rua e se divertiam, talvez assim se tornassem sentimentos melhores. Mas como são eles que me possuem isso é, na maioria das vezes, difícil.
Pegam-me de jeito, fazem de mim pessoas que não sou, pessoas que repudiaria. E sendo assim, é inútil minha luta para tentar descobrir quem o sentimento faz de mim. Se ao menos soubesse com qual deles estou lidando seria mais fácil. Eles vêm em grupos, misturados e disfarçados.

Safados! Fazem-me assim e assado. Não lidam com as conseqüências, fazem delas mais um canal para que saiam. Saem de mim e encontram os de outros, conversam, discutem, amam, odeiam. E eu assisto inerte e confiante. Mesmo o pior deles encontrará seu par e o resultado disso sou eu e será alguém. Alguém que de algo em comum, tem com um de meus sentimentos, não comigo.

Ninguém me conhece. Sou um recipiente, às vezes me fazem transbordar, mas nunca me deixam vazio. E apesar da racionalidade aparente aqui, não estou só, não sou eu.

6 comentários:

  1. Voce escreve muito bem Murilo. Adorei e sempre vou olhar teu blog. Achei muito interessante...

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    coisa feia murilo.

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  3. essa coisa aí, de os sentimentos nos fazer pessoas realmente estranhas - até de nós mesmos - é extremamente assutadora... beijo, ana.
    p.s. gostei da foto do perfil.

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  4. sempre gosto do que vc esconde..de ler e pensar o q vc escreve..de imaginar...
    sempre bom indenticar sentimentos nossos
    dentro sentimentos alheios...fica mais facil sentir qualquer coisa.

    bjo

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  5. Como já foi dito: escreve Murilo, escreve...
    que isso é só para raros .. e o medo, Ah! esse faz parte!

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